Um portador de TDAH frequentemente terá sintomas que todos podemos ter, porém em grau e frequência tão maiores que certamente sofrerão prejuízos funcionais, de forma constante, persistente, e que vão se acumulando ao longo da vida. Desde pequeno recebe apelidos, se sente incapaz, preguiçoso, não conclui nada, tem uma baixíssima autoestima. Devido a toda a sua dificuldade em prestar atenção, comete erros por descuidos em suas tarefas, não consegue se concentrar em aulas, no trabalho e nas relações pessoais; parece não estar ouvindo quando alguém está falando diretamente com ele, não segue instruções até o fim e não conclui obrigações, tem dificuldades de organização, não se envolve em tarefas que exijam esforço mental prolongado, perde objetos necessários às suas atividades, distrai-se com estímulos externos, não consegue ficar parado em uma cadeira ou escrivaninha, sai do lugar em situações em que se espera que fique sentado, fala em demasia, responde a perguntas precipitadamente, tem dificuldade para esperar sua vez e interrompe os outros com frequência, procrastina e se atrasa para qualquer tarefa...ufa!
A vida para um portador de TDAH, por menor que seja o grau de comprometimento, é mais difícil e requer muito mais energia para fazer algo que parece simples para os demais. Para que um indivíduo seja considerado portador de TDAH, é necessário que estes sintomas estejam presentes desde cedo em sua vida e causem prejuízos em diversos aspectos (familiar, escolar, social). Os sintomas proeminentes podem ir se acumulando e minar lentamente a vida do portador ao longo dos anos, desde a infância. O TDAH aumenta a chance de não conseguir completar projetos de vida e estudos, aumenta a chance de desemprego, divórcio, dependência química, depressão, transtorno de ansiedade, criminalidade, acidentes de trânsito, ou seja, piora e muito a qualidade de vida do portador e todas as pessoas ao seu redor.
Uma parte das crianças portadoras atinge a remissão dos sintomas ao longo da vida. Alguns podem seguir apresentando sintomas durante a adolescência e a idade adulta também, porém geralmente há uma mudança no perfil, predominando os sintomas de desatenção.
O tratamento do TDAH é realizado com uma combinação de medicamentos, orientações aos pais e professores-cônjuges e técnicas específicas de psicoterapia, como a terapia cognitivo-comportamental.