São comumente divididos em dissonias e parassonias:
As dissonias podem ser compreendidas como alterações na duração ou na qualidade do sono normal. As parassonias correspondem à presença de fenômenos que normalmente não ocorrem durante o sono.
A insônia é a principal das dissonias. Suas causas são muito variadas, podendo decorrer de hábitos perniciosos da vida moderna, como excesso de conexão à internet e às redes sociais, iluminação potente, exposição a fontes de luz ultravioleta (computadores, tablets e celulares), mas também de doenças como fibromialgia, depressão, bipolaridade, ansiedade, além de fatores psicológicos (expectativas negativas, dificuldade de relaxar).
O excesso de sono, ou a sonolência diurna, também são condições importantes, que necessitam de avaliação para condições como, por exemplo, apneia do sono, síndrome das pernas inquietas e transtornos mentais, isolados ou associados. Porém, algumas pessoas simplesmente estão sempre sonolentas e cansadas porque simplesmente dormem menos do que realmente necessitam, devido a pressões sociais (trabalho acumulado com estudos e vida doméstica) ou por não se adequarem às suas reais necessidades (fisiológicas) de sono.
Nas parassonias vamos destacar três condições: o sonambulismo, o terror noturno e a paralisia do sono.
O sonambulismo é a condição mais conhecida. Enquanto dormem e sonham, as pessoas se movimentam e interagem com o ambiente ao redor. Apesar de ser considerado benigno, o risco de acidentes é real. Em geral não é necessário tratamento.
O terror noturno é mesmo aterrorizante, para os pais. De repente, durante o sono, as crianças começam a gritar, apavoradas, como se estivessem tendo um pesadelo. Os pais não conseguem acordá-las, até que elas param de gritar e voltam a dormir, tranquilamente. Após acordarem, não relatam lembranças do acontecido ou de pesadelos. Pode ser causado por variados fatores, em geral temporários, como uso de medicamentos ou estresse, nesse caso podendo ser recomendada psicoterapia.
A paralisia do sono talvez seja a condição menos conhecida, e por isso, a mais assustadora para quem sofre dela. A pessoa acorda, mas percebe que o corpo está totalmente paralisado, imóvel, exceto pelos olhos. A situação dura alguns minutos e passa sozinha, mas neste tempo é muito comum que surja desespero por medo de estar morrendo (nem gritar é possível), ou a pessoa procurar a explicação como algum tipo de vivência espiritual ou extracorpórea desagradável. Não há tratamento específico, nem tampouco complicações, e o conhecimento da condição já alivia demais o medo ou a vergonha dos pacientes.
Os distúrbios do sono são muito comuns nos transtornos mentais, por isso são parte importante da avaliação. O tratamento, porém, pode ser complexo, envolvendo profissionais de várias áreas como médicos de diferentes especialidades e psicólogos. A automedicação tem de ser evitada, pois em geral complica o tratamento a longo prazo.