Os primeiros sinais de esquizofrenia aparecem em geral sob a forma de mudanças de comportamento. O início repentino dos sintomas psicóticos graves é chamado de "fase aguda" da doença. O surto psicótico, uma condição comum na esquizofrenia, é um estado de alteração mental caracterizado pela manifestação mais intensa de sintomas como alucinações e delírios. Algumas pessoas têm somente um surto, outras têm vários. Sintomas menos evidentes, como isolamento e retraimento social, e fala ou comportamento estranhos ou desorganizados, podem preceder, acompanhar ou vir depois do aparecimento dos sintomas psicóticos.
Para diagnosticar a esquizofrenia é importante descartar outras doenças, pois às vezes os sintomas psicóticos podem ser motivados por outras patologias. Além disso, o abuso de certas drogas pode provocar sintomas transitórios semelhantes aos da esquizofrenia. O consumo precoce de drogas como a maconha está associado ao aumento do risco de desenvolvimento desta doença. Por este motivo, a avaliação médica, o exame físico e os exames laboratoriais devem ser feitos para afastar outras causas possíveis dos sintomas antes de se concluir que a pessoa tem esquizofrenia.
O conhecimento básico sobre a química cerebral e sua ligação com a doença está avançando rapidamente. Ela está associada a um desequilíbrio do complexo sistema de interrelações químicas do cérebro, envolvendo vários neurotransmissores, como a dopamina. Muitos estudos em pessoas com esquizofrenia encontraram anormalidades na estrutura cerebral ou na função cerebral.
Já é bem conhecido que a esquizofrenia tem um caráter genético. Entretanto, ainda não sabemos como isso é transmitido, e não se pode prever com precisão se uma determinada pessoa irá ou não desenvolver a doença.
O tratamento pode aliviar muitos sintomas, mas muitas pessoas com esquizofrenia continuam a apresentar alguns sintomas ao longo da vida. Os medicamentos e as intervenções terapêuticas e de apoio, quando seguidos com regularidade, podem ajudar a diminuir e controlar os sintomas que trazem tanto sofrimento.
As medicações reduzem os sintomas psicóticos e geralmente permitem ao paciente funcionar mais e apropriadamente. Embora sejam os melhores tratamentos até agora disponíveis, elas não "curam" a doença. Estes medicamentos reduzem o risco de episódios psicóticos futuros em portadores que se recuperaram de um episódio agudo. Mesmo com a continuidade do tratamento, algumas pessoas sofrerão recaídas, mas os índices de recaída são muito maiores quando o tratamento é interrompido.
As intervenções psicossociais podem ajudar principalmente a diminuir o sofrimento e as dificuldades para o portador e sua família.
Sintomas psicóticos mais comuns:
- Alucinações: são percepções que ocorrem sem que haja um estímulo sensorial correspondente. Escutar vozes que os outros não escutam é o tipo de alucinação mais comum na esquizofrenia. As vozes podem descrever, comentar ou criticar as ações da pessoa, assim como aconselhar, dar ordens ou conversar entre si (várias vozes).
- Delírios: são crenças falsas que não cedem frente à argumentação lógica ou evidências contrárias, e não são coerentes com crenças ou conceitos compartilhados no mesmo grupo ou comunidade. Podem abranger diversos temas como perseguição, traição, conspiração, ou de grandeza.
- Desorganização do pensamento: a doença comumente afeta a capacidade da pessoa de pensar "corretamente". Os pensamentos podem ir e vir rapidamente. Os pacientes podem ser incapazes de conectar os pensamentos em uma sequência lógica.
- Expressão emocional: uma pessoa com esquizofrenia pode não mostrar os sinais de uma emoção normal, pode falar com voz monótona, ter as expressões faciais diminuídas e parecer extremamente apática.
- Retração social: a pessoa pode retrair-se socialmente, evitando qualquer contato com os outros.