Doenças Psiquiátricas

Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade

O Transtorno do Déficit de Atenção e/ou Hiperatividade é ainda hoje alvo de muita desinformação e preconceito, assim como a maioria das doenças mentais. Porém, o consenso mundial de especialistas que se reuniu em 2021 (CONSENSO2021), afirma que:

- Esse transtorno ocorre em 5,9% dos jovens e 2,5% dos adultos. 

- A maioria os casos são consequência de efeitos combinados de riscos genéticos e ambientais

- Há pequenas diferenças entre o cérebro de pessoas com e sem TDAH

- Não tratar o TDAH pode levar a muitos desfechos negativos ao longo da vida

- O TDAH custa para a sociedade centenas de milhões de dólares por ano, ao redor do mundo.    

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O TDAH se caracteriza por uma combinação de dois tipos de sintomas:

1) Desatenção

2) Hiperatividade-impulsividade


O TDAH na infância em geral se associa a dificuldades na escola e no relacionamento com demais crianças, pais e professores. As crianças são tidas como “avoadas”, “vivendo no mundo da lua” e geralmente “estabanadas” e com “bicho carpinteiro” ou “ligados por um motor” (isto é, não param quietas por muito tempo). Os meninos tendem a ter mais sintomas de hiperatividade e impulsividade que as meninas, mas todos são desatentos. Crianças e adolescentes com TDAH podem apresentar mais problemas de comportamento, como por exemplo, dificuldades com regras e limites.

Em adultos, ocorrem problemas de desatenção para coisas do cotidiano e do trabalho, bem como com a memória (são muito esquecidos). São inquietos (parece que só relaxam dormindo), vivem mudando de uma coisa para outra e também são impulsivos (“colocam os carros na frente dos bois”). Eles têm dificuldade em avaliar seu próprio comportamento e quanto isto afeta os demais à sua volta. São freqüentemente considerados “egoístas”. Eles têm uma grande freqüência de outros problemas associados, tais como o uso de drogas e álcool, ansiedade e depressão.

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O Tratamento do TDAH deve ser multimodal, ou seja, uma combinação de medicamentos, orientação aos pais e professores, além de técnicas específicas que são ensinadas ao portador. A medicação, na maioria dos casos, é necessária e faz parte do tratamento.

A psicoterapia que é indicada para o tratamento do TDAH chama-se Terapia Cognitivo Comportamental que no Brasil é uma atribuição exclusiva de psicólogos. Não existe até o momento nenhuma evidência científica de que outras formas de psicoterapia auxiliem nos sintomas de TDAH. 
O tratamento com fonoaudiólogo está recomendado em casos específicos onde existem, simultaneamente, Transtorno de Leitura (Dislexia) ou Transtorno da Expressão Escrita (Disortografia). O TDAH não é um problema de aprendizado, como a Dislexia e a Disortografia, mas as dificuldades em manter a atenção, a desorganização e a inquietude atrapalham bastante o rendimento dos estudos. É necessário que os professores conheçam técnicas que auxiliem os alunos com TDAH a ter melhor desempenho (Obs: A ABDA oferece cursos anuais para professores). Em alguns casos é necessário ensinar ao aluno técnicas específicas para minimizar as suas dificuldades.

Associações e links:
ABDA (Associação Brasileira de Déficit de Atenção) http://www.tdah.org.br/

ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria)  http://www.abp.org.br/portal        

APBr (Associação Psiquiátrica de Brasília)  http://www.apbr.com.br   

Leituras:  No mundo da Lua - Paulo Mattos, Distraído e a mil por hora - Simone Sena e Orestes Neto, Mentes inquietas – Ana Beatriz Barbosa.

Filmes: Impulsividade – 2005, Mommy - 2014

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